Um dia como os outros dias
Acordo de manha mais cedo do que dantes, parece que as três horas foram suficientes.
Os primeiros raios de sol que trespassam a persiana reflectindo-se na parede branca não me fizeram acordar foi outra coisa. Volto a tentar adormecer em vão, os lençóis repelem o meu corpo como se de azeite em água se trata-se. Passo as horas a debater-me com eles aceitando aos poucos a derrota de mais uma batalha.
Adormeci a sonhar contigo e acordei com fotografias tuas espalhadas pela minha mente.
Levanto-me tentando fazer algo de útil, visto o meu manto, para que ninguém saiba, e por cima uma roupa qualquer.
Passo o dia a tentar lembrar-me de outras coisas, que não me parecem fazer sentido algum.
Perguntam-me como vou e se está tudo bem, o manto reflecte um sorriso e digo que sim, estou bem. Mantenho conversas vulgares que não me trazem nada à cabeça, tento parecer bem para que não se preocupem, para que não se afligem.
E assim aos poucos passa o dia, falo, almoço, tomo café, falo de coisas sem importância, jogo à bola fazendo o espalhafato que costumava fazer, mas agora ele não está lá, não há essência no que faço, aquela alegria desapareceu.
Chego ao meu refugio e jogo a roupa para um canto qualquer, penduro o manto que amanha vai ser preciso. Faço as coisas do dia a dia até chegar à noite em que fico comigo próprio falando e relembrando do que à muito já se passou.
E fico aqui assim em mim, a olhar as feridas abertas deixando-as sangrar inundando o meu quarto. Faço pressão nelas para que parem mas são demasiadas e não há mãos suficientes para todas elas. Suponho que aos poucos elas se fechem ou que não haja mais nada para verter.
Sinto-me tão cansado, tão desprotegido, gosto de ser o alguém que protege, mas hoje sou eu que preciso. Preciso daquele abraço que nos deixa encostar a cabeça ao peito de alguém, em que conseguimos sentir o bater ali tão próximo, o quente que nos aquece, o amor que nos ama, um abraço que se torna o nosso escudo.
Largo o que sinto por cima de algumas palavras que só eu sei o que realmente me dizem e assim me remendo a mim próprio, aos poucos o tempo passa, as nuvens afastam-se, o sol nasce, os carros passam, o mundo gira.
Volto-me a deitar à espera que desta vez o lençóis me aceitem pelo que sou, não sou mais, sou só isto, tenho pena.
Espalho mais fotografias tuas, sonhando um pouco mais contigo até ao adormecer.
(By/Por: Niu)
Os primeiros raios de sol que trespassam a persiana reflectindo-se na parede branca não me fizeram acordar foi outra coisa. Volto a tentar adormecer em vão, os lençóis repelem o meu corpo como se de azeite em água se trata-se. Passo as horas a debater-me com eles aceitando aos poucos a derrota de mais uma batalha.
Adormeci a sonhar contigo e acordei com fotografias tuas espalhadas pela minha mente.
Levanto-me tentando fazer algo de útil, visto o meu manto, para que ninguém saiba, e por cima uma roupa qualquer.
Passo o dia a tentar lembrar-me de outras coisas, que não me parecem fazer sentido algum.
Perguntam-me como vou e se está tudo bem, o manto reflecte um sorriso e digo que sim, estou bem. Mantenho conversas vulgares que não me trazem nada à cabeça, tento parecer bem para que não se preocupem, para que não se afligem.
E assim aos poucos passa o dia, falo, almoço, tomo café, falo de coisas sem importância, jogo à bola fazendo o espalhafato que costumava fazer, mas agora ele não está lá, não há essência no que faço, aquela alegria desapareceu.
Chego ao meu refugio e jogo a roupa para um canto qualquer, penduro o manto que amanha vai ser preciso. Faço as coisas do dia a dia até chegar à noite em que fico comigo próprio falando e relembrando do que à muito já se passou.
E fico aqui assim em mim, a olhar as feridas abertas deixando-as sangrar inundando o meu quarto. Faço pressão nelas para que parem mas são demasiadas e não há mãos suficientes para todas elas. Suponho que aos poucos elas se fechem ou que não haja mais nada para verter.
Sinto-me tão cansado, tão desprotegido, gosto de ser o alguém que protege, mas hoje sou eu que preciso. Preciso daquele abraço que nos deixa encostar a cabeça ao peito de alguém, em que conseguimos sentir o bater ali tão próximo, o quente que nos aquece, o amor que nos ama, um abraço que se torna o nosso escudo.
Largo o que sinto por cima de algumas palavras que só eu sei o que realmente me dizem e assim me remendo a mim próprio, aos poucos o tempo passa, as nuvens afastam-se, o sol nasce, os carros passam, o mundo gira.
Volto-me a deitar à espera que desta vez o lençóis me aceitem pelo que sou, não sou mais, sou só isto, tenho pena.
Espalho mais fotografias tuas, sonhando um pouco mais contigo até ao adormecer.
(By/Por: Niu)