Fomos pequenos um dia
Hoje cresci, mas lembro-me perfeitamente de quando era mais pequeno.
Deu-me para isto hoje, lembrar-me do que já há muito se passou, se calhar foi por ter cruzado o olhar com alguém que há muito estava desaparecido da minha mente.
Foi a minha primeira paixão que vi ali mesmo encostada a uma parece de um bar qualquer.
De repente voltei anos atrás, do que me lembro - e destas coisas são poucas as que esqueço - lembro-me bem quando te começas-te a meter comigo no recreio. Aos poucos fui passando por ti só para te meteres comigo, fomos brincando brincadeiras que se tornaram mais que isso.
E foi assim aos poucos que surgiu o bichinho, não se sabe ao certo de onde, mas nasceu.
O tempo passou a ser nosso, as manhas que íamos mais cedo para estarmos juntos, os fins de tarde em que íamos de autocarro de mãos dadas até chegar a casa, não precisava de transporte mas ia para estarmos juntos. As viagens de estudo, que não me lembro onde foram, mas que não me deixaram esquecer os teus traços.
Tinhas olhos cor de avelã com cabelos longos a condizer, traços suaves e no teu queixo aquela cicatriz, sempre gostei dela sabes bem. Lembro bem daquela viagem no dia em que fazias anos, aquela que te ofereci um fio, aquele dia em que ficamos só a olharmos-nos.
Foi a minha primeira paixão, foi platónica e foi tudo o resto. Foi triste como acabou, querias dar o próximo passo e não o dei, na altura não soube o porquê mas sei-o agora, tinha medo que me magoasses, que não fosse aquilo que sonhávamos. Aos poucos fomos-nos afastando, mudas-te de escola e apenas te via de manha algumas vezes, e assim aos poucos perde-mos o rasto um do outro.
Aprendi muito tempo depois que as coisas não são sempre como queremos, não podemos mudar os outros o que podemos fazer é mudar-mos a nós próprios e é por isso que agora não tenho medo, deixo-me levar, infelizmente todos tem levado e pouco tem regressado mas enquanto houver a dar darei.
Passaram muitos anos e voltei a ver-te, vi-te ali mesmo encostada a uma parece de um bar qualquer, tinhas um colega daquela altura contigo, provavelmente era teu namorado agora mas em pouco tempo deixou-te ali com a parede a fazer-te companhia. Não mudas-te nada, por fora estas igual os anos parecem não ter passado por ti, troca-mos olhares, reconhecemos-nos e ambos voltamos a recordar. Ainda trazes ao peito o fio que te dei, os teus olhos parecem tristes mas não sei o que te dizer.
Eu cresci mas por dentro continuo a ser o mesmo, os sonhos, as esperanças, a essência está lá ainda, igual à daquele rapazinho que ia mais cedo para a escola que era envergonhado e que te dava as mãos.
Mais tarde voltei a olhar para o lugar onde estavas mas desapareceste tão rapidamente como apareces-te, de ti sobrou a nostalgia.
(By/Por: niu)
Deu-me para isto hoje, lembrar-me do que já há muito se passou, se calhar foi por ter cruzado o olhar com alguém que há muito estava desaparecido da minha mente.
Foi a minha primeira paixão que vi ali mesmo encostada a uma parece de um bar qualquer.
De repente voltei anos atrás, do que me lembro - e destas coisas são poucas as que esqueço - lembro-me bem quando te começas-te a meter comigo no recreio. Aos poucos fui passando por ti só para te meteres comigo, fomos brincando brincadeiras que se tornaram mais que isso.
E foi assim aos poucos que surgiu o bichinho, não se sabe ao certo de onde, mas nasceu.
O tempo passou a ser nosso, as manhas que íamos mais cedo para estarmos juntos, os fins de tarde em que íamos de autocarro de mãos dadas até chegar a casa, não precisava de transporte mas ia para estarmos juntos. As viagens de estudo, que não me lembro onde foram, mas que não me deixaram esquecer os teus traços.
Tinhas olhos cor de avelã com cabelos longos a condizer, traços suaves e no teu queixo aquela cicatriz, sempre gostei dela sabes bem. Lembro bem daquela viagem no dia em que fazias anos, aquela que te ofereci um fio, aquele dia em que ficamos só a olharmos-nos.
Foi a minha primeira paixão, foi platónica e foi tudo o resto. Foi triste como acabou, querias dar o próximo passo e não o dei, na altura não soube o porquê mas sei-o agora, tinha medo que me magoasses, que não fosse aquilo que sonhávamos. Aos poucos fomos-nos afastando, mudas-te de escola e apenas te via de manha algumas vezes, e assim aos poucos perde-mos o rasto um do outro.
Aprendi muito tempo depois que as coisas não são sempre como queremos, não podemos mudar os outros o que podemos fazer é mudar-mos a nós próprios e é por isso que agora não tenho medo, deixo-me levar, infelizmente todos tem levado e pouco tem regressado mas enquanto houver a dar darei.
Passaram muitos anos e voltei a ver-te, vi-te ali mesmo encostada a uma parece de um bar qualquer, tinhas um colega daquela altura contigo, provavelmente era teu namorado agora mas em pouco tempo deixou-te ali com a parede a fazer-te companhia. Não mudas-te nada, por fora estas igual os anos parecem não ter passado por ti, troca-mos olhares, reconhecemos-nos e ambos voltamos a recordar. Ainda trazes ao peito o fio que te dei, os teus olhos parecem tristes mas não sei o que te dizer.
Eu cresci mas por dentro continuo a ser o mesmo, os sonhos, as esperanças, a essência está lá ainda, igual à daquele rapazinho que ia mais cedo para a escola que era envergonhado e que te dava as mãos.
Mais tarde voltei a olhar para o lugar onde estavas mas desapareceste tão rapidamente como apareces-te, de ti sobrou a nostalgia.
(By/Por: niu)