Isto não é um carta de amor
Não, isto não é um carta de amor, essa ainda há-de vir um dia destes, e tu serás a primeira a lê-la.
Escrevo porque não consigo pensar noutra coisa senão em ti... imagino-te no comboio, esteve a chover mas agora já não. O sol quente que se rasgou entre a nuvens aparece à tarde que dá para sentir a leve brisa da terra quente.
Desta vez não mas de uma próxima vais estar a ler uma carta, e pela primeira vez podemos lê-la juntos de mãos dadas, embora eu não esteja lá.
Se aí estivesse iria ouvir clackclack, clackclack dos carris e iria te poder olhar nos olhos, que lindos que são esses olhos, pequenos, rasgados e claros, esses olhos que quando me olhas parece que somos cúmplices, ai ai e o sorriso que acompanha esse olhar...
Penso agora no deslumbrante momento em que caminhas nas ruas de calçada da tua cidade cercada de edifícios que reflectem a tua sombra, ao final de tarde com o sol quase a se pôr, essa réstia de raios de sol a iluminar o teu ser, será provavelmente a mais bela visão que alguém poderá ter.
Será que quando eras mais nova eras assim? Imagino que sim embora digas que tens azar neste campo.
Quando era mais novo as raparigas reparavam mais em mim provavelmente porque me magoava muitas vezes, mas não me importava e continuava sempre com um sorriso no rosto.
Com o tempo fui deixando de me magoar e o rosto tornou-se mais rude e seco, e assim tornei-me como todos os outros homens, agora já não se consegue notar o quão diferente sou.
Não sei de onde vem este sentimento, mas até acho engraçado que não venha por conveniência ou comodismo, ou porque és amiga de escola, ou porque vives perto de mim (embora vivas, mas não por muito tempo). Não sei de onde isto surgiu mas lembro-me perfeitamente do dia em que saíste do elevador e com aquele olhar deste-me um sorriso e disses-te "Olá", pressinto que foi desde desse momento que a faisca se deu.
Reparo agora que a faisca fazia parte de algo maior, e é isso que é o amor é um sentimento que não tem razão, aparece de onde menos se espera, por dentro a alma revira-se e desata a correr atrás de ti com a ilusão de conseguir tocar na tua.
Gosto desta ilusão, é-me necessária, para perceber que o amor puro pode-se não perceber mas de certeza que se pode encontrar.
Quando tu chegares vou-te olhar nos olhos e sorrir, esperando retribuição desses teus lindos olhos (já te disse não já? para que não te esqueças adoro esse teu olhar, vê lá não te esqueças!) e um sorriso basta, embora pretenda mais.
Com certeza que da próxima será uma carta de amor, mas esta não é uma carta de amor porque como alguém disse: "O amor não se declara...olha-se, sorri-se, toca-se ou sopramos-lo para bem longe..."
Pra ti que ainda não sabes quem és mas irás saber.
(by niu)
Escrevo porque não consigo pensar noutra coisa senão em ti... imagino-te no comboio, esteve a chover mas agora já não. O sol quente que se rasgou entre a nuvens aparece à tarde que dá para sentir a leve brisa da terra quente.
Desta vez não mas de uma próxima vais estar a ler uma carta, e pela primeira vez podemos lê-la juntos de mãos dadas, embora eu não esteja lá.
Se aí estivesse iria ouvir clackclack, clackclack dos carris e iria te poder olhar nos olhos, que lindos que são esses olhos, pequenos, rasgados e claros, esses olhos que quando me olhas parece que somos cúmplices, ai ai e o sorriso que acompanha esse olhar...
Penso agora no deslumbrante momento em que caminhas nas ruas de calçada da tua cidade cercada de edifícios que reflectem a tua sombra, ao final de tarde com o sol quase a se pôr, essa réstia de raios de sol a iluminar o teu ser, será provavelmente a mais bela visão que alguém poderá ter.
Será que quando eras mais nova eras assim? Imagino que sim embora digas que tens azar neste campo.
Quando era mais novo as raparigas reparavam mais em mim provavelmente porque me magoava muitas vezes, mas não me importava e continuava sempre com um sorriso no rosto.
Com o tempo fui deixando de me magoar e o rosto tornou-se mais rude e seco, e assim tornei-me como todos os outros homens, agora já não se consegue notar o quão diferente sou.
Não sei de onde vem este sentimento, mas até acho engraçado que não venha por conveniência ou comodismo, ou porque és amiga de escola, ou porque vives perto de mim (embora vivas, mas não por muito tempo). Não sei de onde isto surgiu mas lembro-me perfeitamente do dia em que saíste do elevador e com aquele olhar deste-me um sorriso e disses-te "Olá", pressinto que foi desde desse momento que a faisca se deu.
Reparo agora que a faisca fazia parte de algo maior, e é isso que é o amor é um sentimento que não tem razão, aparece de onde menos se espera, por dentro a alma revira-se e desata a correr atrás de ti com a ilusão de conseguir tocar na tua.
Gosto desta ilusão, é-me necessária, para perceber que o amor puro pode-se não perceber mas de certeza que se pode encontrar.
Quando tu chegares vou-te olhar nos olhos e sorrir, esperando retribuição desses teus lindos olhos (já te disse não já? para que não te esqueças adoro esse teu olhar, vê lá não te esqueças!) e um sorriso basta, embora pretenda mais.
Com certeza que da próxima será uma carta de amor, mas esta não é uma carta de amor porque como alguém disse: "O amor não se declara...olha-se, sorri-se, toca-se ou sopramos-lo para bem longe..."
Pra ti que ainda não sabes quem és mas irás saber.
(by niu)