Sunday, February 3, 2008

O tempo



9 dias 23 horas e 11 minutos, pronto 12 agora, que já não te vejo.
É assim que o meu tempo passa, a contar o tempo que não te vejo ou o que falta para te encontrar.
Passava bem o tempo era de outra maneira, sabes bem o que quero dizer. O tempo ao teu lado passa rapido, e longe de ti devagar. É ingrato o tempo.

Somos apenas escravos do tempo. Sim! Isso, escravos do tempo... Essa palavra que não vemos apenas sabemos o que é, e o que é realmente?
São apenas engrenagens, molas e parafusos! É isto que dita o que fazemos e quando fazemos. Miseráveis peças metálicas, inuteis, frias e cinzentas, o oposto da tua pele clara, quente e macia.
Não basta já o que fazemos pelo tempo? Tudo fazemos é para ele e por ele...
"Que horas são?" - "Já estou atrasado para o trabalho!" - "Encontramo-nos as 5!" - "Vê lá não te atrases, destesto esperar!"
Que vá para o diabo o tempo, deixe de existir, para que é preciso o tempo?
Que sucubam todas a torres de igreja com os seus relogios decrépidos lá no alto.
Que se percam todos os relogios de bolso, dão uma bela arma de arremesso.
Que falte a luz dos relogios digitais, de todos os feitios e cores, para nos lembrar-mos que o tempo está sempre lá.
Que rebentem as baterias dos telemoveis com os seus pequenos relogios no canto do ecrã, sempre a piscar.
Que acabem as pilhas dos relogios de pulso que nos fazem lembrar o quanto atrasados estamos.
Que apaguem as linhas que dizem qual o nosso fuso horário.
Que não haja corda nos despertadores que nos acordam com o seu alarme irritante de manhazinha.
Que a merda do tempo pare e repares em mim.
Não, que se foda o tempo que já me fodeu uma vez e vai-me foder uma segunda.

O que quero apenas ter não é tempo, mas sim ter-te a ti. Posso não ter tempo para isso, mas vou ter tempo para dar-te as palavras. E por aqui te espero, a contar o tempo.
9 dias 23 horas e 42 minutos que não te vejo mas continuo à espera.
(by niu)